sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O que muda em um ano

Aceitei o convite da minha amiga de faculdade, Mirys pra escrever numa "arte" que ela organiza anualmente, uma blogagem coletiva, sob o título "O que muda em um ano". Segue o link, leiam os outros. Aproveitem e façam uma reflexão sobre como foi esse ano para você!
Se quiser partilhar, venha junto e comente!

http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com.br/2012/12/o-que-muda-em-um-ano-by-ana-beatriz.html

Coragem, fé e alegria!
Ouvi uma vez que um homem nunca se banha no mesmo rio duas vezes. As águas do rio seguem seu curso e o homem também muda. O tempo passa, ele fica mais velho ou mais sábio, ou mais tolerante.  Por isso, toda vez que ele se banha no rio é uma experiência nova.  Ano passado, por essa época, dava vivas por ter alcançado algumas conquistas que me pareciam tão importantes e hoje perderam sua grandeza diante da vida que se impôs.  Consolidei uma grande experiência de perdão. Realmente, perdoar e deixar a vida seguir é a coisa mais libertadora que alguém pode se dar de presente. Vivi momentos de muita tristeza e momentos de muita alegria. Teve situações em que me sentia numa estrada tomada pela neblina. Apesar do medo iminente e da necessidade de cautela, principalmente por ser obrigada a ficar atenta o tempo inteiro, me sentia temerosa, mas ao mesmo tempo confiante. Porque apesar da neblina tomar da estrada desconhecida, me sentia em segurança porque conhecia o veículo que eu guiava. Comparo essa confiança no veículo, e não nas condições da estrada, com o meu espírito diante da vida. Acredito que cultivar a fé e principalmente não desistir nunca do amor foi o que me manteve inteira diante dos desafios deste ano. Houve dias em que não quis me levantar da cama. Houve dias em que desisti de confiar nas pessoas, houve dias em que me senti inteiramente sozinha no meio de uma multidão. Mas sabia que eu não era aquilo. Sabia que uma força maior me conduzia para além da neblina e que aquilo também passaria. Ter fé, acreditar em Deus, confiar sempre e principalmente acreditar que o amor é uma força maior do que tudo nos dá uma segurança imensa para atravessar qualquer período de adversidade. Problemas vão e vêm, pessoas nulas, marcantes, boas ou más passam pela nossa vida, as situações adversas podem nos atingir a qualquer momento. O jeito que a gente se prepara para lidar com elas é que faz a diferença, é o que garante que estaremos prontos para atravessar a estrada no trecho de neblina, e vislumbrar a beleza que nos espera do outro lado.

Balanço de 2012:
(até agora, o ano ainda não acabou) 
-Depois de “maternar” uma menina filha única,  estou experimentando ser mãe de um menino da mesma idade da minha filha, graças ao AFS Intercultura Brasil (www.afs.org.br).
-Tentei morar numa região afastada da cidade, numa casa que construí “em ritmo de aventura”.  Acabei voltando atrás e me mudando pra área mais central possível de Brasília. Vigiar uma adolescente à distância é mais difícil do que parece.
-De uma alijada das questões da minha profissão, acabei virando presidente de associação, quase uma sindicalista.
-Aprendi a duras penas que os gatos atingem a maturidade sexual por volta dos seis meses e fui obrigada a cuidar da primeira ninhada da Satine. Dois filhotes se salvaram o Branco e o Yoda. Os dois foram doados.
-Tive que ceder e doar a Cherri, a boxer que foi filhotinha pra morar na casa do condomínio, mas que ficou inviável de ser criada num apartamento de quinto andar no centro da cidade.
-Descobri que tinha perdoado alguém que amava muito e que tinha me decepcionado. Acreditem: o tempo cura tudo, e, se tem um remédio ideal pras feridas da vida, ele é o perdão e o amor incondicional.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Calendário do Advento







Essa vai pros meus amigos do Diário dos 3 Mosqueteiros!

Ia fazer um Calendário do Advento, mas achei esse no Walmart bem bonitinho e barato! Foi só escolher umas balinhas em papel dourado pra colocar nos bolsinhos. A medida que os dias passam a gente via tirando as balinhas e oferecendo a quem gosta! Obrigada pela inspiração.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Músicas Grudentas

Nosso cérebro tem uma capacidade imensa de guardar coisas. Às vezes guarda tempo demais coisas que não precisamos. Ou que precisamos e não sabemos que precisamos. Ou coisas que ficam por ali, como as ferramentas que a gente guarda na garagem ou no porta-malas do carro. Ou as roupas de inverno,  que ficam no fundo do armário e a gente só tira de lá por uns dois meses. Nessa lista, entre as informações que ficam por ali, estão as músicas-chiclete. Aquelas que grudam  e a gente fica cantarolando até ficar bem irritada. Você descobre que sabe a letra inteira de uma musica sertaneja dos anos 90. Que lembra o nome do cantor daquela música brega, bem de corno, que aparecia no Programa "Viva a Noite", com o Gugu, ou então no Barros de Alencar, sábado à tarde, na TV Record (corrijam-me se eu estiver errada). Estou na fase das músicas grudentas de qualidade. Deve ser porque meu estado de espírito atual é um estado de espírito de excelente qualidade. Uma delas é “Sábado” do Paralamas do Sucesso. “Gotas de amor me contaminam/como um sábado de sol/Eu só queria te dizer que aquela dor já passou”. Música alegre, a letra é mais ou menos assim... aí vem os metais...”tan tan tararatantan”... Algo assim, muito alegre, pra cima. Minha memória pra letra de músicas anda meio comprometida. Mas ainda bem que existem sites legais em que as pessoas postam  as letras das músicas. Um grande beijo aos fãs dedicados. Eu descobri que a  outra canção que anda grudada em mim desde junho, é  cantada por um cantor que eu não conhecia. Mas a letra marcou. Já gostava dela antes e ela tem tudo a ver com o momento que eu estou  vivendo. E o trecho dela que martela minha cabeça  dia e noite, é aquele  assim: “o amor chegou,  e eu cheguei pra você. Você me olhou e a gente pagou pra ver”.  Nunca soube o nome da música, até agora, em que digitei na busca o trecho que lembrava. Mas ele é muito, muito sugestivo: “Condição Humana”.  Essas duas músicas retratam meu momento. A feliz constatação de que somos humanos, passíveis de erros, e por isso, sempre merecedores de uma nova chance. “Sábado” me deixa com a maravilhosa sensação de não ter mais um peso nos ombros. A feliz constatação de que o passado não dói mais. E que "as gotas de amor" cobrem a minha vida como uma manhã luminosa de sábado. “Condição Humana” fala da chance de descobrir que vale a pena baixar a guarda e dar uma nova chance pro amor. Gosto de saber que “pagar pra ver” é uma realidade válida, plausível, consistente.  Lá vamos nós, sempre com alegria, mais uma vez... Ih! “Mais uma vez” é outra canção... Pronto, grudou!
Condição Humana (Linox)
"Desculpe, mas não posso prometer
Que eu nunca vou te machucar
Porque sob a dura
Condição humana vivemos eu e você
Como sempre foi todo dia, um novo dia...

Eu sei que mal a gente se juntou
E já mudou o modo de pensar
E o medo de mudar assusta
Eu sei! E custa a aliviar
Mas não há de ser
Mais forte que um novo dia...

Afinal! Tudo aconteceu
De repente. Num sinal! Era tudo
Tão diferente...

O amor chegou
E eu cheguei pra você
Você me olhou
E a gente pagou pra ver.....

E se eu não for do jeito
Que espera que eu seja
Não veja isso
Como uma coisa ruim
Assim as nossas diferenças
Jamais serão nosso fim...

O amor chegou
E eu cheguei pra você
Você me olhou
E a gente pagou pra ver"

Leia no Questões de Pele!

Leia no blog "Questões de Pele" a segunda parte do post "Suandoa Malha" e descubra por que as academias aceitam a inscrição dos gordos! Por favor comentem!

http://questoesdepele.blogspot.com.br/2012/11/suando-malha-parte-2.html

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Leia no Questões de Pele!

"Papo de provador" é o nome minha seção no blog "Questões de Pele". O post desta semana está bem legal, sobre as delícias de se estar acima do peso e decidir frequentar uma academia. Espia lá!

http://questoesdepele.blogspot.com.br/2012/11/suando-malha.html

domingo, 4 de novembro de 2012

Mammarazzi week dia 5

Dia 05:
Dia 03-11-12
Satine apesar de jovem, tem um ano e cinco meses, já foi mãe.
Dois fillhotes da ninhada de cinco vingaram, o Branquinho e o Yoda.
Auto-retrato de celular barato.
Não critiquem a técnica. A intenção foi nobre!


sábado, 3 de novembro de 2012

Mamarazzi Week dia 4

Dia 04
02-11-12
Rosana, mãe do Vinicius e do Danilo.
A Rosana, com a gatinha preta no colo, é minha amiga desde a adolescência, também mora em Brasília. Meus pais são padrinhos do Danilo, filho mais novo dela, expert em videogame!
Fomos comer bolo de cenoura, falar da vida e ver os meninos.





quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mamarazzi Week

Sim... eu sou uma péssima fotografa
Sim ...eu tenho coração de manteiga
e não podia deixar meus amigos do "Diário dos 3 mosqueteiros" desapontados mais uma vez.
Assim decidi postar minhas fotinhas na "mamarazzi week" de outubro
São fotos minhas com o Francesco, o meu "filho" italiano, de 16 anos.
Francesco é intercambista do AFS, o mesmo programa de intercâmbio que me levou aos Estados Unidos em 1989.
Enquanto Francesco vive comigo, a Maria Clara, minha filha, está no Canadá  passando pela mesma experiência incrível.
Na semana do dia 12 de outubro fomos visitar meus pais no estado de São Paulo.
Visitamos Campos do Jordão, Aparecida e Ubatuba.
Experimentando a sensação de ser mãe de garoto!

 dia 1- 09-10 Na semana da novena da festa da padroeira, fomos visitar Santuário Nacional de Aparecida...com minha tia que se chama....Aparecida! Na casa da minha mãe é assim, todas as as filhas mulheres tem o nome de Nossa Senhora ou de Santa.




Na foto da esquerda para direita: tia Cida, eu, Francesco e minha mãe, Nazaré.A vovó Nazaré estava num orgulho só com o neto intercambista.



Bia , Francesco e a imagem de Nossa Senhora Aparecida, mãe de todos os brasileiros que tem fé!



 dia 2: Francesco queria saber como era nadar no mar no Brasil! Ficou numa alegria só quando viu
 o mar mexido cheio de ondas fortes,  da Praia Grande em Ubatuba, sol rachando! 10-10





dia 3: Adoramos ler!!! Eu ia esconder o rosto, mas não deu tempo! 31-10.



(todas as fotos tem o crédito do Marcos Amorim.)

Ainda faltam 2 fotos pra acabar a maratona! Amanhã tem mais! Beijo pros 3 Mosqueteiros!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Tem Dias...

Tem dias em que a dor é sólida, palpável, pesada, gélida, cortante.

Segue o link para a linda música "Triste", da excelente cantora Thais Uessugui.

http://www.vagalume.com.br/thais-uessugui/triste.html

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sobre a Educação Sentimental da Geração Coca-Cola

Um dos meus autores preferidos é o Nick Hornby. Ele escreveu “Alta Fidelidade”, lançado em 1998 no Brasil. O livro deu origem a uma mania de todo mundo, principalmente nas revistas e nas páginas de cultura dos jornais,  fazer listas de dez itens classificando a vida toda. Era tudo baseado nas paradas de sucesso, as “top five” das rádios inglesas. O livro começa com o protagonista, Rob Fleming,um cara trintão-e-alguma-coisa, dono de uma loja de discos de vinil, fazendo a lista dos cinco maiores foras que ele levou na vida. Os  foras que ele levaria para uma ilha deserta...Muito divertido o jeito que ele narra as proprias desgraças.  A versão cinematográfica feita em  Hollywood  troca a Londres do livro por Chicago.  Tem o excelente John Cusack no papel principal... Adoro o John Cusack.  O filme é muito divertido, mas o livro é melhor. Até porque a historia se passa na Inglaterra e a Inglaterra é a terra de todas as bandas pós-punk que eu ouvi na adolescência, influenciada por amigos mais espertos e inteligentes e que falavam inglês fluentemente. Feito esse parêntese, vale lembrar que  Nick Hornby ganhou o status de um dos autores que melhor descreve  a vida dos jovens --e  dos  adultos que se recusam a crescer-- do final do século 20, começo do século 21. Nick Hornby, por meio do seu personagem Rob Fleming,  lançou uma teoria sobre a vida amorosa das pessoas que passaram a adolescência  ouvindo o pop dos anos 70.  Dizia que não tinha como um cara que cresceu ouvindo  “How can you mend a broken heart”, dos Bee Gees, “Love Hurts”, “ I just don´t know what  to do to myself” e mais uma lista enorme de canções  sobre corações partidos e amores mal sucedidos obter sucesso na vida amorosa. “Como é que isso pode não deixar você magoado de alguma forma? Como é que isso pode não transformá-lo no tipo de pessoa passível se quebrar em pedacinhos quando seu primeiro amor dá todo errado? O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a musica porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a musica? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica? As pessoas se preocupam com o fato das crianças brincarem com armas e dos adolescentes assistirem a vídeos violentos, temos medo que assimilem um certo tipo de culto a violência. Ninguém se preocupa com o fato das crianças ouvirem milhares—literalmente milhares—de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de musica pop, e não sei se foi a musica pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes”(Nick Hornby-Alta Fidelidade). Nick Horbny nasceu no início dos anos 60, final dos 50. Nos anos 80 estava nos vinte anos. Sou mais nova pelo menos dez anos do que ele. Nasci no Brasil. Cresci ouvindo rádio. Ou seja, talvez a teoria que ele tem sobre as crianças que ouvem musica pop se transformarem em adultos mal sucedidos romanticamente pode ter algum sentido... Os nascidos na década de 70 no Brasil, pegaram o início do movimento Rock Brasil na tenra idade. Antes mesmo de saber o que era um beijo na boca, em 82, as festinhas de aniversário que eu frequentava com meus amiguinhos eram animadas por musicas da Blitz, “perdi meu amor no Paraíso, dou tudo que eu tenho por um abrigo... “ ou “mas realmente eu preferia que você estivesse nua...você não soube me amar”, Educação Sentimental de Kid Abelha.. “agora você vai embora e eu não sei o que fazer...” ou “não faça nada pro mim, não va pensando que eu sou seu”.. . e outras composições de  Léo Jaime... Gente... Léo Jaime tem letras capazes de arrepiar...”ainda encontro  a fórmula do amor”... ou “ a vida não presta, ela não gosta de mim”...fora aquele monte de canções com nome de mulher...  Na inocência da pré-adolescência, eu e meus amigos  chegávamos em casa sem voz nas noites de sábado, suados de tanto dançar, roucos de tanto cantar aos berros aquelas letras, rocks embalados, modernos,  cantados em português,  que a gente gritava na garagens e nas salas dos aniversariantes, nas festas da escola... Ouvíamos nos rádios dos carros, quando as bandas brasileiras começaram a tomar o espaço da musica americana nas FMs,   assistíamos os caras pela TV,  no Chacrinha e no Silvio Santos, no Gugu, no Raul Gil... Tava tudo ali, ensinando os garotos e garotas a serem sacanas com seus pares, ensinando que as meninas só gostavam dos caras com carro, moto, dinheiro. Ensinando que quem tinha óculos não tinha chance, que se a gente não se corrigisse nos primeiros erros, a vida seria uma eterna chuva, como cantava Kiko Zambianchi em "Primeiros Erros", que nós éramos filhos da revolução, éramos burgueses sem religião, éramos o futuro da nação, éramos a Geração Coca-Cola, como na musica "Geração Coca Cola" de Legião Urbana, que as ideologias não respondiam as nossas aspirações  como cantava Cazuza... Creio que apoiadas pelo sentimento de abertura, do fim da ditadura, do desafio a censura, que ainda persistiu pela década de oitenta talvez por uns 4 ou 5 anos, as bandas e os compositores do Rock Brasil se lançaram na rebelião dos costumes sexuais, no excesso, no rompimento de todas as barreiras... Ninguém se preocupou com o que essa rebeldia, essa apelação sexual,  essa inovação no tratamento do amor, essa cara de pau para enfrentar o coração partido ia causar nas crianças... em nós, as crianças de então... Pela teoria de Nick Hornby isso fez da Geração Coca-Cola um bando de sarcásticos, uma geração que não acredita no amor,  no romantismo,  nem em compromisso e fidelidade. Presenciamos muito novos as bandeiras  da amizade colorida, da produção independente, e dos relacionamentos abertos, do sexo sem amor, e sem camisinha... Talvez aquelas cores cítricas, todo aquele gel e glitter, todos os babados e ombreiras... toda aquela inflação... a ameaça da bomba atômica, a guerra fria, os filmes de apocalipses atômicos... Isso deve ter se sedimentado na cabeça e nos corações da geração nascida entre 1970 e 1980. Isso fez  da geração que chegaria quase adulta  no grunge dos anos 90 um bando de cínicos. Acho que a Geração Coca Cola teve mais dificuldade de enfrentar certas coisas, como a Era Collor, a convivência com o fantasma da aids, fomos vítimas de uma certa melancolia quanto ao futuro...Concordo com Nick Hornby. Como pensar que isso não seria prejudicial ao nosso entendimento do que seria um relacionamento amoroso bem resolvido e feliz? Quem menos se deixou levar pelo pop rock dos anos 80, foi quem se deu melhor nesse aspecto da vida. Toda vez que termino um relacionamento, resgato as canções da pré-adolescência, e as explicações estão todas lá. Mas ainda assim me sinto privilegiada... A  coisa poderia ser pior... ainda não consegui visualizar o estrago  que as letras dos funks cariocas,  dos pagodes e sertanejos poderão causar na cabeça  e no futuro das crianças de hoje.
Brasília, 11.02.2012


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Confissões

amo amo amo...
amo sua voz, amo o jeito que você anda, amo o jeito que você fala.
amo o jeito que você pede alguma coisa,
ou faz observações sobre coisas aparentemente banais,
mas que que me tocam de forma profunda.
amo suas manias.
amo seu jeito seguro, sensual, como se soubesse de antemão todo o roteiro
e o mundo não tivesse outro remédio senão atender aos seus desejos.
amo pensar que nunca fui tão feliz.
amo pensar em como foi fácil te amar.
amo o frio na barriga que sinto ao imaginar
que nunca mais viverei algo tão devastador como esse amor.
 

 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Crônica do fim


Juntar as coisas. Cada livro, cada CD, cada DVD. As camisas, calças, as roupas do momento de lazer. As coisas que precisavam de conserto e nunca foram consertadas. As pastas com poeira. Que segredos elas guardaram durante o tempo de convivencia, em que nunca as toquei por respeito? Uma ultima checagem na casa. Caixas que vieram com a mudança e ainda não arrumadas.  Ter certeza de  que tudo foi devidamente empacotado para que nada ficasse para trás e motivasse uma nova visita. Tudo para não ter que tratar alguém que foi tão intimo como um estranho. O tratamento cordial. A vontade de dizer coisas que machucassem. Ao mesmo tempo, a vontade de pedir que ficasse. O esforço  para manter o tom de voz amigável. O rosto sem emoções aparentes. A promessa de um contato futuro. Sempre fica algo para trás. Há sempre coisas que precisam ser devolvidas. Há sempre coisas que ficam sem ser ditas. Mas também há o cansaço do esforço de buscar formas de fazer as coisas acontecerem. De manter o viço do sonho, de manter o calor das promessas. O esforço de não se deixar abater com as desilusões seguidas, sequenciais, num crescendo exponencial... O esgotamento. A descoberta de que não existe mais energia para fazer com que as coisas aconteçam como se queria. A ultima gota  de vontade de ficar escorrendo pelo ralo... Indo embora. O espaço vazio. A brisa. O silêncio. É certo que um dia este dia será lembrado, como muitos outros, sem fazer o coração doer.
Brasília, 19-01-2012

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Boas Festas atrasado!

Este ano o natal esta diferente. Eu estou pisando o chão da casa própria. Ainda falta muita coisa pra fazer, mas dá um orgulho enorme saber que cada tijolinho, cada porta e cada janela da casa foi escolhido e pago por mim. Reconheço que   contei com a ajuda de valor incalculável  do namorado, que viveu meu sonho comigo, indicou mão de obra e falava grosso na hora de pedir correções nas obras, pedir desconto nas compras e fazer o dinheiro render.
No dia de arrumar a mudança eu guardei a arvore de Natal em algum lugar e agora não consegui encontra-la. Mas achei os enfeites e os dois mini presépios. Não enfeitei a casa em obras, do jeito que eu queria, mas enfeitei meu coração preparando um programa de rádio sobre uma tradição folclórica e religiosa riquíssima, que é a Folia de Reis. Natal de fé  e riqueza musical e visual conduzida por pessoas que moram ou tem sua origem na roça, que tocam e cantam versos lindíssimos para saudar a chegada de Jesus , visitando presépios Brasil afora. O programa ficou lindo. Foi meu “enfeite” mais bem feito para celebrar o Natal. Deu trabalho e se somou  as outras inquietações que vivi o ano todo.  Foi um ano estressante por conta da obra, porque foi difícil de convencer minha filha adolescente que deixar de morar num endereço badalado de aluguel e ir para um bairro que está no começo e é mais longe vai garantir um futuro mais tranquilo não só para mim, mas também para ela. Ano de aprender a se conformar com gastos mais modestos de baladas, salão de beleza e roupas para poder investir  num teto. Mas foi bom demais.
Bom saber com quem eu posso contar, bom saber que é possível perdoar e relevar as atitudes das pessoas que a gente ama, mas que em algum momento nos decepcionaram. Bom saber que a vida tem lágrimas,  perrengues, momentos tempestuosos e dureza, mas merece ser vivida com sofreguidão, entrega e alegria.
Acho que de viver com sofreguidão, entrega e alegria tem alguns riscos, mas nem por isso é uma escolha desastrada. Quando eu tinha 28 anos e comecei  a pegar estrada com mais frequência, já que arranjei um trabalho a quase 100 km de casa,  uma vez quase provoquei um acidente por não conseguir ultrapassar um caminhão enorme na rodovia Fernão Dias. Um guarda da policia rodoviária me parou e me deu um pito, apesar de ver minha cara assustada. “Moça, para ultrapassar um caminhão na estrada, você tem que acelerar e ter CONVICÇÃO”. Que coisa. Continuei a viagem tremendo, mas nunca mais me esqueci do conselho do guarda. Quando a gente acelera e que ultrapassar os obstáculos precisa acelerar e ter convicção.  Convicção pra mim é ter fé na vida. Tendo fé fica Impossível que as coisas tomem um rumo indesejado, que algo de bom não surja do seu trabalho, do s seus sonhos e da sua vontade de construir. Desejo que 2012 seja pra todo mundo um ano  de viver com fé na vida, com convicção. Com sofreguidão e alegria.